terça-feira, 30 de outubro de 2007

Jardins de Burle Marx serão recuperados

Jardim do prédio da Receita Federal
.
O paisagista brasileiro Roberto Burle Marx deixou muito mais de si, em Fortaleza, do que se imagina. Para além dos jardins do Theatro José de Alencar, no Centro, e do prédio da Receita Federal, na Aldeota, há ainda projetos residenciais e outros trabalhos encomendados pelo poder público e não utilizados na cidade.

O levantamento é apenas uma parte do trabalho dos Laboratórios da Paisagem dos cursos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor) que pretendem estudar, produzir e preservar áreas verdes da Capital e do Interior.

O trabalho começa com os jardins projetados por Burle Marx e depois se estende a outros jardins e praças públicas de Fortaleza, indo até a periferia da cidade. Apesar da cultura ambientalista vir se disseminando nos últimos anos, não há, de fato, no Estado, o hábito do verde e da preservação, segundo avaliação do chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal, Ricardo Bezerra.

Neste sentido, o Laboratório da Paisagem pretende desenvolver atividades científicas e culturais através da pesquisa e extensão, criar acervo documental de sua produção, indo ao mesmo tempo para as praças e ruas da cidade.

A atividade inicial do grupo de trabalho é justamente recuperar os jardins em Fortaleza que foram projetados por Burle Marx. O primeiro será o do Theatro José de Alencar, onde o paisagista interferiu por duas vezes: em 1974 e 1990.

A partir desse trabalho, comenta Bezerra, pretende-se também estender para a Praça José de Alencar, cujo último projeto de reforma não foi concluído. Além disso, está prevista intervenção nos jardins do prédio da Receita Federal, na Rua Barão de Aracati.

Até agora estão acertadas as intervenções do grupo de trabalho dos Laboratórios nos jardins públicos do Theatro e da Receita, além do projeto particular da mansão de Benedito Macedo. O primeiro jardim projetado por Burle Marx em Fortaleza, no ano de 1969.

“A idéia é encontrar uma maneira de dar também a esse espaço um cunho mais social”, diz a coordenadora do Laboratório de Paisagem da Unifor, Fernanda Rocha. De acordo com ela, a recuperação dos jardins é de extrema importância para a preservação do patrimônio e da história da cidade, não como um bem em si, mas para despertar na população a definição do modelo de cidade que se quer. Por isso mesmo, acredita ela na função revolucionária dos Laboratórios.

Nordeste

Isso porque, não se tem a certeza de que os projetos de Burle Marx para colocar o verde nas avenidas José Bastos, Aguanambi e Leste-Oeste, encomendados entre as décadas de 1970 e 1980, serão aproveitados. Também não se pode garantir que mais praças verdes serão construídas na cidade a partir das atividades desenvolvidas por esse grupo de trabalho. A certeza que se tem, diz Fernanda Rocha, é que é possível mudar a visão da cidade.

O trabalho dos Laboratórios de Paisagem da Universidade Federal do Ceará e da Unifor integra uma rede de pesquisa que vem sendo feita no Nordeste. Iniciativa coordenada pela professora Ana Rita Sá Carneiro, da Universidade Federal de Pernambuco.

Um dos objetivos principais é ver a produção de Burle Marx na região Nordestina. Afinal, ele é um dos mais renomados paisagistas brasileiros, tendo ao longo de 61 anos de carreira, produzido mais de dois mil trabalhos espalhados pelos cinco continentes.

Erilene Firmino
Repórter

Mais informações:

Os interessados em participar dos Laboratórios da Paisagem podem mandar e-mail para:

rbezerra@arquitetura.ufc.br
fernandarocha@unifor.br
dn

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terça-feira, 30 de outubro de 2007 às 10:25:00 AM |  
Jardim do prédio da Receita Federal
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O paisagista brasileiro Roberto Burle Marx deixou muito mais de si, em Fortaleza, do que se imagina. Para além dos jardins do Theatro José de Alencar, no Centro, e do prédio da Receita Federal, na Aldeota, há ainda projetos residenciais e outros trabalhos encomendados pelo poder público e não utilizados na cidade.

O levantamento é apenas uma parte do trabalho dos Laboratórios da Paisagem dos cursos de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade de Fortaleza (Unifor) que pretendem estudar, produzir e preservar áreas verdes da Capital e do Interior.

O trabalho começa com os jardins projetados por Burle Marx e depois se estende a outros jardins e praças públicas de Fortaleza, indo até a periferia da cidade. Apesar da cultura ambientalista vir se disseminando nos últimos anos, não há, de fato, no Estado, o hábito do verde e da preservação, segundo avaliação do chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal, Ricardo Bezerra.

Neste sentido, o Laboratório da Paisagem pretende desenvolver atividades científicas e culturais através da pesquisa e extensão, criar acervo documental de sua produção, indo ao mesmo tempo para as praças e ruas da cidade.

A atividade inicial do grupo de trabalho é justamente recuperar os jardins em Fortaleza que foram projetados por Burle Marx. O primeiro será o do Theatro José de Alencar, onde o paisagista interferiu por duas vezes: em 1974 e 1990.

A partir desse trabalho, comenta Bezerra, pretende-se também estender para a Praça José de Alencar, cujo último projeto de reforma não foi concluído. Além disso, está prevista intervenção nos jardins do prédio da Receita Federal, na Rua Barão de Aracati.

Até agora estão acertadas as intervenções do grupo de trabalho dos Laboratórios nos jardins públicos do Theatro e da Receita, além do projeto particular da mansão de Benedito Macedo. O primeiro jardim projetado por Burle Marx em Fortaleza, no ano de 1969.

“A idéia é encontrar uma maneira de dar também a esse espaço um cunho mais social”, diz a coordenadora do Laboratório de Paisagem da Unifor, Fernanda Rocha. De acordo com ela, a recuperação dos jardins é de extrema importância para a preservação do patrimônio e da história da cidade, não como um bem em si, mas para despertar na população a definição do modelo de cidade que se quer. Por isso mesmo, acredita ela na função revolucionária dos Laboratórios.

Nordeste

Isso porque, não se tem a certeza de que os projetos de Burle Marx para colocar o verde nas avenidas José Bastos, Aguanambi e Leste-Oeste, encomendados entre as décadas de 1970 e 1980, serão aproveitados. Também não se pode garantir que mais praças verdes serão construídas na cidade a partir das atividades desenvolvidas por esse grupo de trabalho. A certeza que se tem, diz Fernanda Rocha, é que é possível mudar a visão da cidade.

O trabalho dos Laboratórios de Paisagem da Universidade Federal do Ceará e da Unifor integra uma rede de pesquisa que vem sendo feita no Nordeste. Iniciativa coordenada pela professora Ana Rita Sá Carneiro, da Universidade Federal de Pernambuco.

Um dos objetivos principais é ver a produção de Burle Marx na região Nordestina. Afinal, ele é um dos mais renomados paisagistas brasileiros, tendo ao longo de 61 anos de carreira, produzido mais de dois mil trabalhos espalhados pelos cinco continentes.

Erilene Firmino
Repórter

Mais informações:

Os interessados em participar dos Laboratórios da Paisagem podem mandar e-mail para:

rbezerra@arquitetura.ufc.br
fernandarocha@unifor.br
dn
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