Numa votação extremamente disputada, a população venezuelana rejeitou a reforma constitucional proposta pelo presidente Hugo Chávez no referendo realizado neste domingo (2). O Conselho Nacional Eleitoral anunciou os resultados durante a madrugada, mais de 8 horas depois do fechamento das seções eleitorais.
A votação foi dividida em duas partes. No bloco A, 50,7% dos venezuelanos rejeitaram a proposta que, entre outros ítens, permitiria que o presidente se candidatasse indefinidamente ao cargo. A diferença entre o "Sim" e o "Não" foi de apenas 124.962 votos -num universo de 9 milhões de votantes.
No bloco B, 51,05% dos eleitores derrubaram a proposta que permitiria diminuir a idade dos eleitores (para 16 anos) e restringiria a liberdade de expressão durante os estados de exceção, entre outros ítens. A diferença entre o "Sim" e o "Não" também foi muito pequena: de apenas 187.196 votos.
Abstenção alta
Segundo dados oficiais, 9.002.439 venezuelanos votaram neste domingo, de um universo de cerca de 16 milhões que estavam aptos a ir às urnas. Na prática, 4 em cada 10 eleitores não votaram, uma abstenção alta, mas comum no país.
O resultado foi surpreendente porque contradisse pesquisas de boca-de-urna divulgadas durante a madrugada, que apontavam vitória do "Sim" por pelo menos 6 pontos percentuais, conforme foi citado pelo G1 durante a cobertura direto de Caracas.
Com a derrota, Chávez, que está em seu segundo mandato consecutivo, não poderá se candidatar novamente à Presidência na próxima eleição. Nem terá seu mandato aumentado em um ano -como previsto em sua proposta de reforma constitucional.
Derrota reconhecida
Imediatamente depois de anunciado o resultado oficial, o presidente foi à TV reconhecer o resultado. "Final de fotografia", disse, se referindo à mínima diferença pela qual o "Não" venceu o "Sim".
Fernando Llano/AP
Hugo Chávez, durante a entrevista coletiva em que reconheceu a derrota (Foto: Fernando Llano/AP)"Agradeço aos compatriotas que votaram pelas minhas propostas e também aos que votaram contra elas, pois deram uma grande demonstração de democracia", disse o presidente.
"Estamos orgulhosos do que fizemos, das nossas posições, do respeito às opiniões diferentes", disse, ressaltando que a democracia na Venezuela está mais forte de que nunca.
"Reconhecemos a decisão que foi tomada pelo povo, mas devemos reconhecer que foi uma decisão muito apertada. Respeitamos esta Constituição (a atual), respeitamos o povo, respeitamos nosso coração", disse Chávez
Segundo o presidente, a demora na divulgação nos dados se deu porque ele achava que a sociedade não merecia a tensão da contagem dos votos e, por isso, preferiu só divulgar os número depois que a vantagem do "Não" era irreversível.
"Espero que não haja nenhuma dúvida de que reconhecemos a derrota. Isso nos traz lições e a principal delas, para os setores da oposição, é que se dêem conta de que é possível e este é o caminho", disse, em relação à conquista do poder pela democracia e recomendando que a oposição deixe de lado os supostos golpes que Chávez diz haver contra ele.
A reforma
Apresentada pelo presidente Hugo Chávez, a reforma constitucional propunha a alteração de 69 dos 350 artigos da Carta Magna do país, incluindo questões importantes, como o termo do mandato presidencial (que continua sendo de 6 anos) e das reeleições, que continuam limitadas a dois mandatos (uma reeleição).
Proposta viva
Apesar de reconhecer a derrota, Chávez disse em seu discurso da madrugada que algumas das propostas de reforma da Constituição seguem vivas. Mas o presidente não detalhou como pretende implantá-las, ou mesmo se vai sugerir novas votações no futuro.
"Esta proposta é uma proposta profunda, bastante integral, uma equação de poder, intensa. Bolívar disse quando apresentou o projeto de constituição da Bolívia: 'apresento este código a meus concidadãos. Se a maioria não aceitar, deixo-o para a prosperidade.' Repito Bolívar, mas não penso numa prosperidade de cem anos. O fato de 49% da população ter votado por um projeto socialista é um grande salto político. Seguimos na batalha para construir o socialismo. Aceito que na proposta haja idéias muito audaciosas, sem precedentes. Esta proposta segue viva, não esta morta.", afirmou Chávez.
"Um dos grandes méritos deste referendo é que a oposição reconheceu a atual Constituição, de 99, depois de oito anos, e chegou a ir às ruas para defendê-la.", disse.
A votação foi dividida em duas partes. No bloco A, 50,7% dos venezuelanos rejeitaram a proposta que, entre outros ítens, permitiria que o presidente se candidatasse indefinidamente ao cargo. A diferença entre o "Sim" e o "Não" foi de apenas 124.962 votos -num universo de 9 milhões de votantes.
No bloco B, 51,05% dos eleitores derrubaram a proposta que permitiria diminuir a idade dos eleitores (para 16 anos) e restringiria a liberdade de expressão durante os estados de exceção, entre outros ítens. A diferença entre o "Sim" e o "Não" também foi muito pequena: de apenas 187.196 votos.
Abstenção alta
Segundo dados oficiais, 9.002.439 venezuelanos votaram neste domingo, de um universo de cerca de 16 milhões que estavam aptos a ir às urnas. Na prática, 4 em cada 10 eleitores não votaram, uma abstenção alta, mas comum no país.
O resultado foi surpreendente porque contradisse pesquisas de boca-de-urna divulgadas durante a madrugada, que apontavam vitória do "Sim" por pelo menos 6 pontos percentuais, conforme foi citado pelo G1 durante a cobertura direto de Caracas.
Com a derrota, Chávez, que está em seu segundo mandato consecutivo, não poderá se candidatar novamente à Presidência na próxima eleição. Nem terá seu mandato aumentado em um ano -como previsto em sua proposta de reforma constitucional.
Derrota reconhecida
Imediatamente depois de anunciado o resultado oficial, o presidente foi à TV reconhecer o resultado. "Final de fotografia", disse, se referindo à mínima diferença pela qual o "Não" venceu o "Sim".
Fernando Llano/AP
Hugo Chávez, durante a entrevista coletiva em que reconheceu a derrota (Foto: Fernando Llano/AP)"Agradeço aos compatriotas que votaram pelas minhas propostas e também aos que votaram contra elas, pois deram uma grande demonstração de democracia", disse o presidente.
"Estamos orgulhosos do que fizemos, das nossas posições, do respeito às opiniões diferentes", disse, ressaltando que a democracia na Venezuela está mais forte de que nunca.
"Reconhecemos a decisão que foi tomada pelo povo, mas devemos reconhecer que foi uma decisão muito apertada. Respeitamos esta Constituição (a atual), respeitamos o povo, respeitamos nosso coração", disse Chávez
Segundo o presidente, a demora na divulgação nos dados se deu porque ele achava que a sociedade não merecia a tensão da contagem dos votos e, por isso, preferiu só divulgar os número depois que a vantagem do "Não" era irreversível.
"Espero que não haja nenhuma dúvida de que reconhecemos a derrota. Isso nos traz lições e a principal delas, para os setores da oposição, é que se dêem conta de que é possível e este é o caminho", disse, em relação à conquista do poder pela democracia e recomendando que a oposição deixe de lado os supostos golpes que Chávez diz haver contra ele.
A reforma
Apresentada pelo presidente Hugo Chávez, a reforma constitucional propunha a alteração de 69 dos 350 artigos da Carta Magna do país, incluindo questões importantes, como o termo do mandato presidencial (que continua sendo de 6 anos) e das reeleições, que continuam limitadas a dois mandatos (uma reeleição).
Proposta viva
Apesar de reconhecer a derrota, Chávez disse em seu discurso da madrugada que algumas das propostas de reforma da Constituição seguem vivas. Mas o presidente não detalhou como pretende implantá-las, ou mesmo se vai sugerir novas votações no futuro.
"Esta proposta é uma proposta profunda, bastante integral, uma equação de poder, intensa. Bolívar disse quando apresentou o projeto de constituição da Bolívia: 'apresento este código a meus concidadãos. Se a maioria não aceitar, deixo-o para a prosperidade.' Repito Bolívar, mas não penso numa prosperidade de cem anos. O fato de 49% da população ter votado por um projeto socialista é um grande salto político. Seguimos na batalha para construir o socialismo. Aceito que na proposta haja idéias muito audaciosas, sem precedentes. Esta proposta segue viva, não esta morta.", afirmou Chávez.
"Um dos grandes méritos deste referendo é que a oposição reconheceu a atual Constituição, de 99, depois de oito anos, e chegou a ir às ruas para defendê-la.", disse.
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