Uma troca de cadáveres realizada pelo Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) Doutor Rocha Furtado, do Governo do Estado, gerou transtornos, indignação e revolta por parte de familiares dos dois mortos. Uma das famílias chegou a realizar o sepultamento que acreditava ser do ente querido. Horas depois, foi informada de que havia enterrado o corpo de outro homem.
A família do mecânico Samuel Viana Soares, 32 anos, recebeu para sepultamento o corpo do portador de transtorno mental Raimundo Aguiar Arruda, 59. Os dois morreram no domingo (20) e tiveram os corpos encaminhados no mesmo dia para o SVO, localizado na BR-116, em Messejana.
O mecânico faleceu de parada cardíaca, em Beberibe, enquanto o idoso teria morrido vítima de engasgo, na Casa de Repouso Nosso Lar, na Avenida José Bastos. O SVO liberou o corpo do mecânico para sepultamento, mas, por engano, entregou à família o corpo de Raimundo Aguiar.
Pressa
O irmão do mecânico, Daniel Viana Soares, conta que o enterro de Samuel teve que ser feito às pressas no Cemitério do Bom Jardim, na segunda-feira (21), à tarde, porque havia grande movimentação policial no local por conta de outro sepultamento ali. Assim, tiveram pouco contato com o corpo. ´Já fazia algum tempo que não víamos nosso irmão. Vimos o corpo rapidamente, mas não percebemos a troca´, conta Daniel. Horas depois, em casa, foi informado por telefone sobre o equívoco do SVO. ´Isso é um absurdo. Um desrespeito´.
Ontem pela manhã, Daniel e a irmã voltaram ao SVO, quando puderam reconhecer o corpo de Samuel e iniciar os preparativos para um novo enterro. Desta vez, do ente querido.
Enquanto a família do mecânico tentava compreender a situação constrangedora provocada pelo SVO, familiares de Raimundo Aguiar eram informados da troca de corpos.
´Eles disseram que foi um engano e que o corpo do Raimundo havia sido enterrado por outra família´, contou, perplexa, a psicóloga Sandra Uchôa, prima do idoso.
Segundo ela, na segunda-feira, o SVO informou que o corpo de Raimundo iria para o IML de Fortaleza. ´Esperamos até às 22 horas pela chegada do corpo, o que não aconteceu´, lembra. Ela e outros familiares de Raimundo estiveram ontem no 6º DP (Messejana), onde registraram um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o caso.
APURAÇÃO
Diretora do órgão admitiu o equívoco
´Vamos instaurar um processo administrativo para saber o que, efetivamente, aconteceu, e quem seriam os responsáveis´.
A informação foi prestada ao Diário do Nordeste pela diretora do Serviço de Veficiação de Óbitos (SVO) Doutor Rocha Furtado, Denise Nunes, ao ser indagada sobre a troca de corpos registrada no órgão.
A diretora admitiu o equívoco e o transtorno causado às famílias de Samuel Viana e Raimundo Aguiar. Por outro lado, disse acreditar que em dois dias o ´caso das trocas´ será esclarecido e poderá falar sobre o assunto de forma mais concreta.
Não permitiu
O contato com Denise Nunes só foi possível na tarde de ontem, pelo telefone. Pela manhã, no SVO, em Messejana, a diretora não permitiu a entrada da reportagem do Diário do Nordeste.
Por volta das nove horas, mandou avisar que estava ocupada e que só receberia a reportagem posteriormente. Uma hora depois, mandou informar que permanecia ocupada e não tinha previsão de quando estaria à disposição.
Segundo Daniel Viana, a diretora não prestou qualquer informação sobre o corpo que ele e a família haviam enterrado, nem forneceu qualquer contato da outra família diretamente atingida pelo erro do SVO.
´Ela disse que a gente fizesse o novo enterro e esquecesse o outro corpo, que eles iam providenciar tudo. Ela parecia não querer que as duas famílias se encontrassem e conversassem sobre esse absurdo cometido´, relatou.
Por seu lado, a diretoria informou que, a pedido de uma das famílias envolvidas no caso, não repassou os contatos para a outra família. Contudo, não revelou quem tinha feito a solicitação.
Contatos
A reportagem do Diário do Nordeste repassou os contatos telefônicos às famílias prejudicadas para que viabilizem um encontro. Ambas pensam em levar o caso à Justiça, alegando constrangimento, perdas e danos.
FIQUE POR DENTRO
Como funciona o Serviço de Verificação de Óbitos
O Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) Dr. Rocha Furtado foi inaugurado em maio de 2006, na BR-116, atrás do Hospital de Messejana. O Ceará foi o 13º estado a implantar o sistema, que tem por finalidade esclarecer a causa do óbito em casos de morte natural, não violenta, sem assistência médica ou cuja causa é desconhecida. Feita a análise, é fornecida a Declaração de Óbito, necessária aos procedimentos para sepultamento. O SVO atende a Fortaleza e Região Metropolitana, funcionando de segunda à domingo, inclusive feriados, diuturnamente para recepção dos corpos. A Declaração de Óbito é fornecida somente durante o dia, a partir das 7 até às 19 horas, após o exame de necropsia.
A família do mecânico Samuel Viana Soares, 32 anos, recebeu para sepultamento o corpo do portador de transtorno mental Raimundo Aguiar Arruda, 59. Os dois morreram no domingo (20) e tiveram os corpos encaminhados no mesmo dia para o SVO, localizado na BR-116, em Messejana.
O mecânico faleceu de parada cardíaca, em Beberibe, enquanto o idoso teria morrido vítima de engasgo, na Casa de Repouso Nosso Lar, na Avenida José Bastos. O SVO liberou o corpo do mecânico para sepultamento, mas, por engano, entregou à família o corpo de Raimundo Aguiar.
Pressa
O irmão do mecânico, Daniel Viana Soares, conta que o enterro de Samuel teve que ser feito às pressas no Cemitério do Bom Jardim, na segunda-feira (21), à tarde, porque havia grande movimentação policial no local por conta de outro sepultamento ali. Assim, tiveram pouco contato com o corpo. ´Já fazia algum tempo que não víamos nosso irmão. Vimos o corpo rapidamente, mas não percebemos a troca´, conta Daniel. Horas depois, em casa, foi informado por telefone sobre o equívoco do SVO. ´Isso é um absurdo. Um desrespeito´.
Ontem pela manhã, Daniel e a irmã voltaram ao SVO, quando puderam reconhecer o corpo de Samuel e iniciar os preparativos para um novo enterro. Desta vez, do ente querido.
Enquanto a família do mecânico tentava compreender a situação constrangedora provocada pelo SVO, familiares de Raimundo Aguiar eram informados da troca de corpos.
´Eles disseram que foi um engano e que o corpo do Raimundo havia sido enterrado por outra família´, contou, perplexa, a psicóloga Sandra Uchôa, prima do idoso.
Segundo ela, na segunda-feira, o SVO informou que o corpo de Raimundo iria para o IML de Fortaleza. ´Esperamos até às 22 horas pela chegada do corpo, o que não aconteceu´, lembra. Ela e outros familiares de Raimundo estiveram ontem no 6º DP (Messejana), onde registraram um Boletim de Ocorrência (BO) sobre o caso.
APURAÇÃO
Diretora do órgão admitiu o equívoco
´Vamos instaurar um processo administrativo para saber o que, efetivamente, aconteceu, e quem seriam os responsáveis´.
A informação foi prestada ao Diário do Nordeste pela diretora do Serviço de Veficiação de Óbitos (SVO) Doutor Rocha Furtado, Denise Nunes, ao ser indagada sobre a troca de corpos registrada no órgão.
A diretora admitiu o equívoco e o transtorno causado às famílias de Samuel Viana e Raimundo Aguiar. Por outro lado, disse acreditar que em dois dias o ´caso das trocas´ será esclarecido e poderá falar sobre o assunto de forma mais concreta.
Não permitiu
O contato com Denise Nunes só foi possível na tarde de ontem, pelo telefone. Pela manhã, no SVO, em Messejana, a diretora não permitiu a entrada da reportagem do Diário do Nordeste.
Por volta das nove horas, mandou avisar que estava ocupada e que só receberia a reportagem posteriormente. Uma hora depois, mandou informar que permanecia ocupada e não tinha previsão de quando estaria à disposição.
Segundo Daniel Viana, a diretora não prestou qualquer informação sobre o corpo que ele e a família haviam enterrado, nem forneceu qualquer contato da outra família diretamente atingida pelo erro do SVO.
´Ela disse que a gente fizesse o novo enterro e esquecesse o outro corpo, que eles iam providenciar tudo. Ela parecia não querer que as duas famílias se encontrassem e conversassem sobre esse absurdo cometido´, relatou.
Por seu lado, a diretoria informou que, a pedido de uma das famílias envolvidas no caso, não repassou os contatos para a outra família. Contudo, não revelou quem tinha feito a solicitação.
Contatos
A reportagem do Diário do Nordeste repassou os contatos telefônicos às famílias prejudicadas para que viabilizem um encontro. Ambas pensam em levar o caso à Justiça, alegando constrangimento, perdas e danos.
FIQUE POR DENTRO
Como funciona o Serviço de Verificação de Óbitos
O Serviço de Verificação de Óbitos (SVO) Dr. Rocha Furtado foi inaugurado em maio de 2006, na BR-116, atrás do Hospital de Messejana. O Ceará foi o 13º estado a implantar o sistema, que tem por finalidade esclarecer a causa do óbito em casos de morte natural, não violenta, sem assistência médica ou cuja causa é desconhecida. Feita a análise, é fornecida a Declaração de Óbito, necessária aos procedimentos para sepultamento. O SVO atende a Fortaleza e Região Metropolitana, funcionando de segunda à domingo, inclusive feriados, diuturnamente para recepção dos corpos. A Declaração de Óbito é fornecida somente durante o dia, a partir das 7 até às 19 horas, após o exame de necropsia.
DN
Um comentário:
oiiiiiiiii, gostaria de saber se tem como agente saber se uma pessoa deu entrada nesse svo, apenas com o nome da pessoa. é que o pai de meu filho, simplesmente sumiu, há mais de um ano, ele não dá noticias. o telefone não atende mais. queria saber se ele morreu ou se sumiu por alguma outra razão.
Postar um comentário