Em nome de Alá pode-se matar, e em nome de George Washington, também.
Para os americanos, existem criminosos democráticos e criminosos antidemocráticos.
A América consagra a liberdade do indivíduo em busca da felicidade; mas se muitos indivíduos se unirem num formigueiro cívico, pode acontecer o que Tocqueville chamou de "totalitarismo da maioria".
É genial a lógica protestante: como eles são o Bem, a democracia virou um álibi; só há crime individual – com razões de Estado, não há crime.
Em nome da liberdade, eles podem torrar 200 mil em Hiroshima, com o Japão de joelhos, só para iniciar a Guerra Fria; podem massacrar o Vietnã e destruir o Iraque, para depois lamentar piedosamente a falta de Direitos Humanos entre xiitas e sunitas na guerra que eles desencadearam.
Só hoje morreram mais 120. É genial. Eles criticam Cuba pelos 283 presos políticos e não citam Guantanamo, onde há mais de 400 muçulmanos acorrentados sem julgamento hoje. E dane-se o mundo.
A Condoleezza fez um leve autocrítica para quebrar um galho e não dar vexame, mas é claro que eles se recusam a obedecer a ONU e a aceitar o Tribunal Penal Internacional, para que seus "criminosos do bem" não sejam jamais julgados pela ralé do mundo europeu.
Assim, são quase iguais ao fanatismo islâmico. Em nome de Alá pode-se matar, e em nome de George Washington, também.
Arnaldo Jabor
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