segunda-feira, 2 de abril de 2007

Criminosos democráticos - Arnaldo Jabor


Em nome de Alá pode-se matar, e em nome de George Washington, também.

Para os americanos, existem criminosos democráticos e criminosos antidemocráticos.


A América consagra a liberdade do indivíduo em busca da felicidade; mas se muitos indivíduos se unirem num formigueiro cívico, pode acontecer o que Tocqueville chamou de "totalitarismo da maioria".


É genial a lógica protestante: como eles são o Bem, a democracia virou um álibi; só há crime individual – com razões de Estado, não há crime.


Em nome da liberdade, eles podem torrar 200 mil em Hiroshima, com o Japão de joelhos, só para iniciar a Guerra Fria; podem massacrar o Vietnã e destruir o Iraque, para depois lamentar piedosamente a falta de Direitos Humanos entre xiitas e sunitas na guerra que eles desencadearam.


Só hoje morreram mais 120. É genial. Eles criticam Cuba pelos 283 presos políticos e não citam Guantanamo, onde há mais de 400 muçulmanos acorrentados sem julgamento hoje. E dane-se o mundo.


A Condoleezza fez um leve autocrítica para quebrar um galho e não dar vexame, mas é claro que eles se recusam a obedecer a ONU e a aceitar o Tribunal Penal Internacional, para que seus "criminosos do bem" não sejam jamais julgados pela ralé do mundo europeu.


Assim, são quase iguais ao fanatismo islâmico. Em nome de Alá pode-se matar, e em nome de George Washington, também.




Arnaldo Jabor

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segunda-feira, 2 de abril de 2007 às 5:06:00 AM |  

Em nome de Alá pode-se matar, e em nome de George Washington, também.

Para os americanos, existem criminosos democráticos e criminosos antidemocráticos.


A América consagra a liberdade do indivíduo em busca da felicidade; mas se muitos indivíduos se unirem num formigueiro cívico, pode acontecer o que Tocqueville chamou de "totalitarismo da maioria".


É genial a lógica protestante: como eles são o Bem, a democracia virou um álibi; só há crime individual – com razões de Estado, não há crime.


Em nome da liberdade, eles podem torrar 200 mil em Hiroshima, com o Japão de joelhos, só para iniciar a Guerra Fria; podem massacrar o Vietnã e destruir o Iraque, para depois lamentar piedosamente a falta de Direitos Humanos entre xiitas e sunitas na guerra que eles desencadearam.


Só hoje morreram mais 120. É genial. Eles criticam Cuba pelos 283 presos políticos e não citam Guantanamo, onde há mais de 400 muçulmanos acorrentados sem julgamento hoje. E dane-se o mundo.


A Condoleezza fez um leve autocrítica para quebrar um galho e não dar vexame, mas é claro que eles se recusam a obedecer a ONU e a aceitar o Tribunal Penal Internacional, para que seus "criminosos do bem" não sejam jamais julgados pela ralé do mundo europeu.


Assim, são quase iguais ao fanatismo islâmico. Em nome de Alá pode-se matar, e em nome de George Washington, também.




Arnaldo Jabor
Postado por Igor Viana Marcadores: ,

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