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Bebíamos água de filtro de barro, da torneira, de uma mangueira, ou de uma fonte e não águas minerais em garrafas ditas “esterilizadas”.
Construíamos aqueles famosos carrinhos de rolimã e aqueles que tinham a sorte de morar perto de uma ladeira asfaltada, podiam tentar bater records de velocidade e até verificar do meio do caminho que tinham economizado a sola dos sapatos, que eram usados como freios e estavam descalços. Depois de alguns acidentes todos os problemas estavam resolvidos.
Íamos brincar na rua com uma única condição: voltar para casa ao anoitecer.Não havia celulares e nossos pais não sabiam onde estávamos.Era incrível!
Tínhamos aulas só de manhã, e íamos almoçar em casa.Quando tínhamos piolho usávamos Neocide em pó.
Braço no gesso, dentes partidos, joelhos ralados, cabeça lascada.Alguém se queixava disso?
Todos tinham razão, menos nós.Comíamos doces, à vontade, pão com manteiga, bebidas, o (perigoso) açúcar. Não se falava de obesidade, brincávamos sempre na rua e éramos super ativos.
Dividíamos com nossos amigos, um Grapete comprado naquela vendinha (bodega) da esquina, gole a gole e nunca ninguém morreu por isso.
Nada de Playstations, Nitendo 64 X Boxes, jogos de vídeo.Internet por satélite, vídeo cassete e DVD, Dolby Surround, celular com câmera, computadores e chats na internet.
Só amigos!
Quem não teve um cachorro Rin Tin Tin?Nada de ração. Comiam a mesma comida que nós, (muitas vezes os restos), e sem problema algum! Banho quente! Xampu! Que nada! No quintal um segurava o cão e o outro com a mangueira (fria) ia jogando água e esfregando-o com (acreditem se quiserem) sabão (em barra) de lavar roupa.
Algum cachorro morreu ou adoeceu por causa disso?
Na escola tinha bons e maus alunos. Uns passavam e outros eram reprovados. Ninguém ia por isso a um psicólogo ou psicoterapeuta. Não havia a moda dos super dotados, nem se falava em dislexia, problemas de concentração, hiperatividade. Quem não passava, simplesmente repetia de ano e tentava de novo no ano seguinte.
As nossas festas eram animadas, por radiolas com agulhas de diamantes, deslizando sobre os discos de vinil, luz negra e um delicioso coquetel feito de groselha e maçã em cubinhos.
Tínhamos liberdade, fracassos, sucessos e deveres.E aprendíamos a lidar com cada um deles.
A única verdadeira questão é:
Como a gente conseguiu sobreviver?
E acima de tudo, como conseguimos desenvolver a nossa personalidade?
Você também é dessa geração?
Se sim, então mostre isso aos seus amigos daquele tempo, e também aos seus filhos e sobrinhos, para que eles saibam como era no “NOSSO TEMPO”.
Sem dúvida vão dizer que era uma chatice.Mas como éramos FELIZES!!!
3 comentários:
Guilhon!
É verdade! O carrinho de rolimã arrancava fagulhas do asfalto da rua de fronte a minha casa. E realmente eu só chegava em casa á noite e brincava a valer de polícia e ladrão.
Feliz... imposssível não ser feliz desse jeito. Emocionei só ver o pacotinho de mini chicletes, o cigarrinho de chocolates pan (impensável hj em dia!) e o baton, que até hj como escondida dos meus filhos (ó egoísmo infantil!). Tive uma monark, pois a Caloi era muito cara pro orçamento do meu pai, e jamais usei joelheira, capacete e cotoveleira. E água era dum filtro de porcelana verde, que até hj funciona na casa de uma velhinha conhecida nossa. A velha num morre por nada!
Como sobrevivi? Sei lá deve ser o filtro de barro...
Caramba, muito massa como se diz hoje.
adorei essas colocações onde compara o passado com a atualidade.
Eu sou feliz hoje nos meus 50 anos, mas fui muito, muito, muito na minha adolecencia.
Um abraço e Parabéns.
Ilso/Curitiba/Paraná.
De carrinho de rolimã,ou patinete,confesso:"fui uma criança muito,muito traquina e feliz nos anos 60.E concordo com cada palavra desse blog.Sobrevivemos!adorei...
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