sábado, 5 de maio de 2007

Testes: Peugeot 307 x VW Golf




Golf supera 307 por pouco

A antiga rivalidade entre Brasil e Argentina ganha mais um capítulo: o recém-lançado Volkswagen Golf 1.6 Sportline, produzido em São José dos Pinhais (PR), encara o Peugeot 307 1.6 Presence, montado na planta da PSA em Buenos Aires. Ambos dotados de motores flex, os hatchbacks médios trazem design mais atualizado no mercado brasileiro, pois o hermano sofreu um facelift em agosto do ano passado e o Golf acaba de ser reestilizado. Diante deste panorama, a disputa foi muito equilibrada.

Considerada pela montadora alemã como o carro-chefe para a linha 2008 do Golf, a versão Sportline larga na frente da Presence quando os assuntos são preço e equipamentos. O VW sai das concessionárias por R$ 52.990, enquanto que o Peugeot custa a partir de R$ 54.100. Acabamento intermediário da linha, a configuração Sportline é mais equipada que a Presence — única versão disponível para a motorização bicombustível do 307 hatch — , de entrada na gama do modelo fabricado na Argentina, mas de marca francesa.

Por outro lado, o Peugeot mostrou disposição na pista. De acordo com as medições feitas pelo Instituto Mauá de Tecnologia, o motor 16V do 307 andou mais que o 8V do Golf, obtendo melhores resultados na aceleração de 0 a 100. Porém, o hacth brasileiro tem retomadas mais rápidas e bebe menos que o francês/argentino na combinação dos dois combustíveis.

ESTILO

Nesse ponto o equilíbrio foi muito grande. A marca do leão acertou a mão nas mudanças feitas no 307 no ano passado. A adoção da grande grade dianteira baseada na linha 407, os faróis mais esticados e as lanternas translúcidas deram ao hatch francês ares mais joviais. Já VW não deu ao Golf o design europeu (para a decepção dos consumidores da marca), mas deixou o modelo com linhas mais arrojadas, principalmente nos faróis, lanternas e pára-choques.

Com isso, o consumidor que quiser um carro com apelo mais esportivo tem tudo para ficar com o Golf. Mais baixo, o hacth VW tende a atrair aqueles que são guiados pela imagem e pelos itens agregados ao carro. Já quem comprar um 307 buscando um carro de design mais sóbrio e clássico terá motivos de sobra para ficar satisfeito. Em comparação ao brasileiro, o hermano é mais largo, alto e tem distância entreeixos maior.

Essa diferença entre as rodas faz com que as pessoas viajem com mais conforto no Peugeot, principalmente os passageiros traseiros. Outro ponto favorável ao 307 é o tamanho do porta-malas. O Golf leva apenas 330 litros — 90 l a menos que o seu concorrente, capaz de transportar 420 l. O acabamento do Golf, entretanto, é superior. A montadora alemã manteve o mesmo padrão do modelo anterior e, já no segundo pacote de equipamentos, traz revestimento em couro de série. Longe da briga entre couro e veludo, os materiais utilizados no interior do VW são mais refinados que no 307, onde há (em algumas partes) a presença de peças plásticas.

Atrás do volante as diferenças são nítidas. Quem assume o controle dos dois carros logo percebe as diferentes propostas de cada um. Mais silencioso, o 307 traz um conjunto voltado ao bem-estar dos cinco ocupantes, mostrando ser (entre os dois) o mais indicado às famílias. A posição de dirigir é melhor e o amplo vidro dianteiro faz com que o carro pareça maior do que realmente é.

Contudo, a condução do Golf é mais macia. A suspensão parece estar melhor ajustada, pulando menos que o hatch francês, e o consagrado câmbio MQ 200 continua insuperável entre as transmissões manuais. No item beleza interior, mais uma vez é questão de preferência. O Golf mantém a iluminação azul com ponteiros em vermelho, enquanto o 307 conta com luzes vermelhas e os ponteiros acesos em branco. Um detalhe: no modelo francês os instrumentos no painel contam com anéis cromados.

DESEMPENHO

Com um motor até 10 cavalos mais potente e com oito válvulas a mais, o Peugeot anda bem mais que o Golf, certo? Errado. Apesar de na teoria o propulsor do 307 ser mais avançado que o já conhecido 1.6 Total Flex (o mesmo que equipava o modelo anterior do Golf e também utilizado na família Polo), na pista os resultados de desempenho ficaram bem próximos. Abastecido somente com álcool, o 307 desenvolve 113 cv e acelera de 0 a 100 km/h em 13,43 segundos. Com o mesmo combustível, o VW entrega 103 cv, mas realiza o mesmo teste em 13,66 s — tempo muito próximo ao do concorrente.

Ainda com o combustível vegetal a surpresa: na retomada de 40 km/h a 80 km/h (realizada em terceira marcha) o Golf apresenta uma vantagem considerável perante seu concorrente, precisando de 8,85s ante 10,21s do francês. Passando para a quarta marcha, na retomada entre 60 km/h a 100 km/h, o VW mantém sua força precisando de 13,15s. No mesmo teste, o concorrente demorou 13,95s. No consumo, o hatch brasileiro é mais econômico na estrada, registrando 11,1 km/l contra 10,5 km/l do 307. Na cidade, o veículo fabricado na Argentina ganha por pouco, percorrendo 7,7 km/l. O Golf consome 7,5 km/l.

Com gasolina no tanque a diferença no tempo da aceleração aumenta a favor do Peugeot. O 307 leva, da imobilidade aos 100 km/h, 13,49s (praticamente o mesmo tempo quando abastecido com álcool), enquanto que o Golf precisa de 14,51s. Mesmo assim, na retomada até 80 km/h, o carro "tupiniquim" emplaca mais uma: 9,75s para 10,31s do 307. O propulsor Total Flex fala ainda mais alto para ir de 60 km/h a 100 km/h, gastando 13,66s, enquanto o Peugeot necessita de 14,14s.

No consumo de gasolina o Peugeot mostra que tem mais afinidade com os postos de abastecimento que o VW. No tráfego urbano, o modelo francês faz 10,4 km/l e, no rodoviário, 14,8 km/l. Números superiores ao do Golf, que consume 11 km/l e 15,6 km/l, respectivamente. Nos testes de frenagem, uma vitória para cada um. Aos 60 km/h, o Peugeot precisa de 23,9 metros para chegar à imobilidade, ante 24,8m do rival. A situação se inverte quando a velocidade é 100 km/h. O VW breca em 56,3m perante 60,2m do 307.

MERCADO

Além de ser mais barato, o Golf traz mais equipamentos agregados na versão Sportline, se comparado com a configuração Presence do Peugeot. Sensor de estacionamento, rastreador, faróis de neblina e acabamento em couro de série, somam-se aos R$ 1.110 de diferença entre os preços sugeridos do Golf e do 307. Outro ponto que chama a atenção são as rodas de ferro de 15" no 307. Enquanto no VW este item é de série na versão Sportline, no Peugeot não está disponível nem como opcional. Outro item que não pode ser adquirido no 307 é o revestimento em couro cinza, vendido como opcional do Golf 2008.

Teoricamente, pelo pacote de equipamentos, a versão Presence deveria ser comparada com a 1.6, de entrada no Golf. Mas, neste caso, a diferença de preço entre os dois carros subiria para R$ 5.110, uma vez que a configuração mais básica do VW parte de R$ 48.990.

Com diferentes combinações de acessórios, mas com objetivos semelhantes, Volkswagen e Peugeot vêm nas versões avaliadas como os “carros-chefes” de seus modelos médios. Mesmo saindo vitorioso da batalha contra o 307 1.6 Presence, o Golf 1.6 Sportline tem uma árdua missão para alcançar o objetivo da marca de dobrar o volume de vendas do hacth. No acumulado de janeiro a março (antes de ser reestilizado), o modelo registrou apenas 1.062 unidades comercializadas, valor muito distante dos cerca de 16 mil projetados pela montadora até o final do ano.

A marca francesa, por sua vez, também pretende alavancar as vendas do 307. Até o final de 2007, a Peugeot já revelou que irá “rechear” seu hatch médio com mais acessórios de série e aumentar a lista de opcionais do modelo. A gama 307 teve 4.015 unidades emplacadas nos três primeiros meses deste ano. Destas, 1.228 foram da versão 1.6 Presence, representando 30,6% do mix de vendas.

VW Golf 1.6 Sportline
Preço a partir de R$ 52.990

Peugeot 307 1.6 Presence
Preço a partir de R$ 54.100

AUTOESPORTE

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sábado, 5 de maio de 2007 às 3:15:00 AM |  



Golf supera 307 por pouco

A antiga rivalidade entre Brasil e Argentina ganha mais um capítulo: o recém-lançado Volkswagen Golf 1.6 Sportline, produzido em São José dos Pinhais (PR), encara o Peugeot 307 1.6 Presence, montado na planta da PSA em Buenos Aires. Ambos dotados de motores flex, os hatchbacks médios trazem design mais atualizado no mercado brasileiro, pois o hermano sofreu um facelift em agosto do ano passado e o Golf acaba de ser reestilizado. Diante deste panorama, a disputa foi muito equilibrada.

Considerada pela montadora alemã como o carro-chefe para a linha 2008 do Golf, a versão Sportline larga na frente da Presence quando os assuntos são preço e equipamentos. O VW sai das concessionárias por R$ 52.990, enquanto que o Peugeot custa a partir de R$ 54.100. Acabamento intermediário da linha, a configuração Sportline é mais equipada que a Presence — única versão disponível para a motorização bicombustível do 307 hatch — , de entrada na gama do modelo fabricado na Argentina, mas de marca francesa.

Por outro lado, o Peugeot mostrou disposição na pista. De acordo com as medições feitas pelo Instituto Mauá de Tecnologia, o motor 16V do 307 andou mais que o 8V do Golf, obtendo melhores resultados na aceleração de 0 a 100. Porém, o hacth brasileiro tem retomadas mais rápidas e bebe menos que o francês/argentino na combinação dos dois combustíveis.

ESTILO

Nesse ponto o equilíbrio foi muito grande. A marca do leão acertou a mão nas mudanças feitas no 307 no ano passado. A adoção da grande grade dianteira baseada na linha 407, os faróis mais esticados e as lanternas translúcidas deram ao hatch francês ares mais joviais. Já VW não deu ao Golf o design europeu (para a decepção dos consumidores da marca), mas deixou o modelo com linhas mais arrojadas, principalmente nos faróis, lanternas e pára-choques.

Com isso, o consumidor que quiser um carro com apelo mais esportivo tem tudo para ficar com o Golf. Mais baixo, o hacth VW tende a atrair aqueles que são guiados pela imagem e pelos itens agregados ao carro. Já quem comprar um 307 buscando um carro de design mais sóbrio e clássico terá motivos de sobra para ficar satisfeito. Em comparação ao brasileiro, o hermano é mais largo, alto e tem distância entreeixos maior.

Essa diferença entre as rodas faz com que as pessoas viajem com mais conforto no Peugeot, principalmente os passageiros traseiros. Outro ponto favorável ao 307 é o tamanho do porta-malas. O Golf leva apenas 330 litros — 90 l a menos que o seu concorrente, capaz de transportar 420 l. O acabamento do Golf, entretanto, é superior. A montadora alemã manteve o mesmo padrão do modelo anterior e, já no segundo pacote de equipamentos, traz revestimento em couro de série. Longe da briga entre couro e veludo, os materiais utilizados no interior do VW são mais refinados que no 307, onde há (em algumas partes) a presença de peças plásticas.

Atrás do volante as diferenças são nítidas. Quem assume o controle dos dois carros logo percebe as diferentes propostas de cada um. Mais silencioso, o 307 traz um conjunto voltado ao bem-estar dos cinco ocupantes, mostrando ser (entre os dois) o mais indicado às famílias. A posição de dirigir é melhor e o amplo vidro dianteiro faz com que o carro pareça maior do que realmente é.

Contudo, a condução do Golf é mais macia. A suspensão parece estar melhor ajustada, pulando menos que o hatch francês, e o consagrado câmbio MQ 200 continua insuperável entre as transmissões manuais. No item beleza interior, mais uma vez é questão de preferência. O Golf mantém a iluminação azul com ponteiros em vermelho, enquanto o 307 conta com luzes vermelhas e os ponteiros acesos em branco. Um detalhe: no modelo francês os instrumentos no painel contam com anéis cromados.

DESEMPENHO

Com um motor até 10 cavalos mais potente e com oito válvulas a mais, o Peugeot anda bem mais que o Golf, certo? Errado. Apesar de na teoria o propulsor do 307 ser mais avançado que o já conhecido 1.6 Total Flex (o mesmo que equipava o modelo anterior do Golf e também utilizado na família Polo), na pista os resultados de desempenho ficaram bem próximos. Abastecido somente com álcool, o 307 desenvolve 113 cv e acelera de 0 a 100 km/h em 13,43 segundos. Com o mesmo combustível, o VW entrega 103 cv, mas realiza o mesmo teste em 13,66 s — tempo muito próximo ao do concorrente.

Ainda com o combustível vegetal a surpresa: na retomada de 40 km/h a 80 km/h (realizada em terceira marcha) o Golf apresenta uma vantagem considerável perante seu concorrente, precisando de 8,85s ante 10,21s do francês. Passando para a quarta marcha, na retomada entre 60 km/h a 100 km/h, o VW mantém sua força precisando de 13,15s. No mesmo teste, o concorrente demorou 13,95s. No consumo, o hatch brasileiro é mais econômico na estrada, registrando 11,1 km/l contra 10,5 km/l do 307. Na cidade, o veículo fabricado na Argentina ganha por pouco, percorrendo 7,7 km/l. O Golf consome 7,5 km/l.

Com gasolina no tanque a diferença no tempo da aceleração aumenta a favor do Peugeot. O 307 leva, da imobilidade aos 100 km/h, 13,49s (praticamente o mesmo tempo quando abastecido com álcool), enquanto que o Golf precisa de 14,51s. Mesmo assim, na retomada até 80 km/h, o carro "tupiniquim" emplaca mais uma: 9,75s para 10,31s do 307. O propulsor Total Flex fala ainda mais alto para ir de 60 km/h a 100 km/h, gastando 13,66s, enquanto o Peugeot necessita de 14,14s.

No consumo de gasolina o Peugeot mostra que tem mais afinidade com os postos de abastecimento que o VW. No tráfego urbano, o modelo francês faz 10,4 km/l e, no rodoviário, 14,8 km/l. Números superiores ao do Golf, que consume 11 km/l e 15,6 km/l, respectivamente. Nos testes de frenagem, uma vitória para cada um. Aos 60 km/h, o Peugeot precisa de 23,9 metros para chegar à imobilidade, ante 24,8m do rival. A situação se inverte quando a velocidade é 100 km/h. O VW breca em 56,3m perante 60,2m do 307.

MERCADO

Além de ser mais barato, o Golf traz mais equipamentos agregados na versão Sportline, se comparado com a configuração Presence do Peugeot. Sensor de estacionamento, rastreador, faróis de neblina e acabamento em couro de série, somam-se aos R$ 1.110 de diferença entre os preços sugeridos do Golf e do 307. Outro ponto que chama a atenção são as rodas de ferro de 15" no 307. Enquanto no VW este item é de série na versão Sportline, no Peugeot não está disponível nem como opcional. Outro item que não pode ser adquirido no 307 é o revestimento em couro cinza, vendido como opcional do Golf 2008.

Teoricamente, pelo pacote de equipamentos, a versão Presence deveria ser comparada com a 1.6, de entrada no Golf. Mas, neste caso, a diferença de preço entre os dois carros subiria para R$ 5.110, uma vez que a configuração mais básica do VW parte de R$ 48.990.

Com diferentes combinações de acessórios, mas com objetivos semelhantes, Volkswagen e Peugeot vêm nas versões avaliadas como os “carros-chefes” de seus modelos médios. Mesmo saindo vitorioso da batalha contra o 307 1.6 Presence, o Golf 1.6 Sportline tem uma árdua missão para alcançar o objetivo da marca de dobrar o volume de vendas do hacth. No acumulado de janeiro a março (antes de ser reestilizado), o modelo registrou apenas 1.062 unidades comercializadas, valor muito distante dos cerca de 16 mil projetados pela montadora até o final do ano.

A marca francesa, por sua vez, também pretende alavancar as vendas do 307. Até o final de 2007, a Peugeot já revelou que irá “rechear” seu hatch médio com mais acessórios de série e aumentar a lista de opcionais do modelo. A gama 307 teve 4.015 unidades emplacadas nos três primeiros meses deste ano. Destas, 1.228 foram da versão 1.6 Presence, representando 30,6% do mix de vendas.

VW Golf 1.6 Sportline
Preço a partir de R$ 52.990

Peugeot 307 1.6 Presence
Preço a partir de R$ 54.100

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Postado por Igor Viana Marcadores: ,

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