quinta-feira, 21 de junho de 2007

Ford realiza test-drive com Mustang de 507 cv e versões apimentadas do Fiesta e Focus


Depois de a BMW mostrar do que os seus principais carros são capazes, ontem (15) foi a vez da Ford colocar suas máquinas à prova. O “palco” para o evento foi o mesmo escolhido pela marca bávara no final de abril: o Campo de Provas Pirelli, em Sumaré, a 115 quilômetros de São Paulo. Mas a montadora norte-americana foi além.
A BMW levou o M6 para o test-drive, mas os jornalistas não puderam dirigir o esportivo. Já a Ford disponibilizou o Mustang mais potente já produzido em série: o Shelby GT500 “Cobra” 2007. Havia ainda versões apimentadas do Focus, o Performance 2.0 GLX, e do Fiesta, o Turbo 1.6 Flex, ambos preparados pela Batistinha Garage, oficina paulista especializada em personalização e restauração de automóveis. Das pistas paras as ruas e vice-versa, os três modelos deram um verdadeiro show.
Antes de dirigir, cada jornalista teve o privilégio de dar uma volta no circuito no banco do passageiro. Por que a satisfação? Simples, no comando dos veículos estavam os pilotos da Fórmula Truck, Beto Monteiro e Leandro Totti, e o piloto da categoria GT3, Artur Bragantini, que literalmente ensinaram os segredos do circuito e as peculiaridades de cada veículo.
Sob as instruções de Bragantini, o primeiro modelo testado pelo Carsale foi o Fiesta Turbo, que — apesar do nome — não recebeu turbocompressor. O motor RoCam 1.6 Flex teve seu cabeçote retrabalhado, ganhou filtro de ar esportivo, chip de injeção, escapamento com coletor dimensionado (tipo quatro em um) e canos livres de 2,5 polegadas com saída lateral traseira. O resultado disso foi o ganho de cerca de 20 cavalos, elevando a potência do compacto para 131 cv.
Na parte estética o veículo ganhou pintura no estilo “Le Mans” nas cores branca perolizada e azul metálica (que se invertem na parte de trás do carro), rodas brancas de 17 polegadas e pneus de alta performance. Mas a preparação do esportivo não se limitou à aparência. O peso do veículo diminuiu cerca de 50 quilos, para melhorar a relação peso/potência, eliminando equipamentos não tão essenciais para as corridas, como o banco traseiro e o revestimento das portas, por exemplo.
O interior passou a contar com bancos do tipo concha fixos, cinto de segurança de quatro pontos, volante esportivo, relógios aparentes — incluindo conta-giros de 5 polegadas, indicadores de temperatura, água, pressão do óleo e voltímetro — e gaiola de proteção com santoantônio.
Na prática isso tudo significa performance sob controle. Graças às molas e amortecedores mais firmes, o Fiesta preparado mostra uma estabilidade impressionante nas curvas. Mesmo em altas velocidades o modelo não ameaça escapar de traseira. Como o Bragantini destacou, o “carro está justinho”, referindo-se que o motorista tem total controle do hatch e, com o passar das voltas, vai confiando cada vez mais na máquina e menos na razão.
Com praticamente os mesmos equipamentos e modificações mecânicas do Fiesta (as exceções ficam por conta da suspensão e da tonalidade dos bancos), o Focus Performance é ainda melhor, afinal de contas traz o motor 2.0 Duratec. Com os arranjos, o hatch premium da Ford passou a desenvolver 163 cv.
Mas, por fora, o modelo ganhou pintura laranja inspirada no estilo do Mustang Boss — modelo pilotado por Parnelli Jones quando venceu a SCCA Trans-Am Series (Sport Car Club of America), uma das mais antigas competições automobilísticas dos EUA, em 1970. O visual da carroceria também sofreu influências do Mustang GTR apresentado no SEMA Show 2006. Rodas escuras de 18 polegadas complementam o conjunto.
Mas logo ao assumir o volante, Totti adverte sobre a estabilidade inferior à do Fiesta. “Este aqui corre mais, porém escapa com mais facilidade”. A parte do “escapa” felizmente não foi testada, mas o desempenho sim. Assim como o Fiesta Turbo, o Focus Performance foi equipado com shift light, um sistema que avisa por meio de uma luz a melhor faixa de rotação para realizar as trocas de marchas. Chama a atenção, entretanto, a facilidade que o modelo ganha velocidade.


De acordo com o proprietário da Batistinha Garage, Fernando Baptista, os acessórios e as modificações do Focus e do Fiesta consumiram cerca de R$ 30 mil para cada carro, sendo necessário duas semanas para concluir a preparação.

OBRA-PRIMA
Não é à toa que o Mustang se tornou um ícone na indústria automotiva. O modelo sempre ostentou design esportivo e, principalmente, potência. Mas nenhum outro Mustang traz tantos cavalos como o Shelby GT500 “Cobra” 2007. A supermáquina é equipada com o motor V8 superalimentado 5.4l DOHC, de 32 válvulas, capaz de entregar às rodas traseiras 507 cv a 6.000 rpm e 48,9 kgfm de torque a 4.500 rpm.

Números possíveis em razão da combinação “explosiva” do bloco de ferro fundido com cabeçote de alumínio dotado de válvulas especialmente calibradas, supercharged tipo rosca sem fim e intercooler. Soma-se a estes itens a caixa de câmbio manual de seis marchas que faz o modelo acelerar de 0 a 100 em 4,5 segundos e atingir 300 km/h de velocidade máxima, limitada eletronicamente em 250 km/h.

E, por incrível que pareça, o piloto que estava a bordo do Mustang, Beto Monteiro, foi o que menos falou. Aliás, disse apenas: “esse anda bem, vá com calma”. Talvez o carro dispensasse apresentações, mas pedir para não acelerar um carro destes é demais.
Ao acelerar o esportivo não resta dúvidas: é uma obra-prima. Com seus 4,77 metros de comprimento, 1,88 m de largura e 1.778 kg, o GT500 ignora seu tamanho e peso para ganhar velocidade. E, mesmo em rotações próximas de 7 mil giros, o ronco do motor V8 não incomoda, pelo contrário. Na verdade, assusta. A força que o motorista tem que fazer para pisar no acelerador — sempre “pesado” em veículos muito potentes — também chama atenção.
Na reta da pista de testes da Pirelli, o modelo passou a barreira dos 200 km/h. Só para se ter uma noção, o Focus Performance e o Fiesta Turbo marcaram cerca de 180 km/h e 160 km/h, respectivamente. Mas a velocidade poderia ser ainda maior. Em quarta marcha, Mustang de produção mais potente do mundo passou de 120 milhas/h (193 km/h). Faltou espaço para engatar as outras duas marchas.
Nas curvas, o carro mostra que, mesmo com tanta potência, o conforto e a estabilidade podem ser mantidos. Quem já teve a oportunidade de dirigir um veículo com tração traseira certamente se lembrará da excelente dirigibilidade que isso proporciona, sem falar nas rodas de 18 polegadas.
Para conseguir parar isso tudo e garantir a segurança dos quatro passageiros que o “Cobra” pode levar, o superesportivo traz freios Brembo de 14” de diâmetro e pinças de quatro pistões de alumínio na frente. Na traseira, os discos são de 13” e as pinças são de dois pistões. Há sistema ABS, controle de tração e airbags frontais.
Após três voltas no circuito, logo se percebe que, apesar de ser um superesportivo, o Mustang pode, sim, ser um veículo para ser usar no dia-a-dia. Por falar nisso, no Brasil existem alguns modelos, que não chegam a dez unidades. Como o modelo não é comercializado no Brasil, a única forma de ter um Mustang Shelby GT500 é por meio de importadoras independentes. A supermáquina é comercializada nos Estados Unidos em média por US$ 85 mil. Mas por aqui ficaria na casa dos R$ 600 mil. Alguém se habilita?
carsale

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Depois de a BMW mostrar do que os seus principais carros são capazes, ontem (15) foi a vez da Ford colocar suas máquinas à prova. O “palco” para o evento foi o mesmo escolhido pela marca bávara no final de abril: o Campo de Provas Pirelli, em Sumaré, a 115 quilômetros de São Paulo. Mas a montadora norte-americana foi além.
A BMW levou o M6 para o test-drive, mas os jornalistas não puderam dirigir o esportivo. Já a Ford disponibilizou o Mustang mais potente já produzido em série: o Shelby GT500 “Cobra” 2007. Havia ainda versões apimentadas do Focus, o Performance 2.0 GLX, e do Fiesta, o Turbo 1.6 Flex, ambos preparados pela Batistinha Garage, oficina paulista especializada em personalização e restauração de automóveis. Das pistas paras as ruas e vice-versa, os três modelos deram um verdadeiro show.
Antes de dirigir, cada jornalista teve o privilégio de dar uma volta no circuito no banco do passageiro. Por que a satisfação? Simples, no comando dos veículos estavam os pilotos da Fórmula Truck, Beto Monteiro e Leandro Totti, e o piloto da categoria GT3, Artur Bragantini, que literalmente ensinaram os segredos do circuito e as peculiaridades de cada veículo.
Sob as instruções de Bragantini, o primeiro modelo testado pelo Carsale foi o Fiesta Turbo, que — apesar do nome — não recebeu turbocompressor. O motor RoCam 1.6 Flex teve seu cabeçote retrabalhado, ganhou filtro de ar esportivo, chip de injeção, escapamento com coletor dimensionado (tipo quatro em um) e canos livres de 2,5 polegadas com saída lateral traseira. O resultado disso foi o ganho de cerca de 20 cavalos, elevando a potência do compacto para 131 cv.
Na parte estética o veículo ganhou pintura no estilo “Le Mans” nas cores branca perolizada e azul metálica (que se invertem na parte de trás do carro), rodas brancas de 17 polegadas e pneus de alta performance. Mas a preparação do esportivo não se limitou à aparência. O peso do veículo diminuiu cerca de 50 quilos, para melhorar a relação peso/potência, eliminando equipamentos não tão essenciais para as corridas, como o banco traseiro e o revestimento das portas, por exemplo.
O interior passou a contar com bancos do tipo concha fixos, cinto de segurança de quatro pontos, volante esportivo, relógios aparentes — incluindo conta-giros de 5 polegadas, indicadores de temperatura, água, pressão do óleo e voltímetro — e gaiola de proteção com santoantônio.
Na prática isso tudo significa performance sob controle. Graças às molas e amortecedores mais firmes, o Fiesta preparado mostra uma estabilidade impressionante nas curvas. Mesmo em altas velocidades o modelo não ameaça escapar de traseira. Como o Bragantini destacou, o “carro está justinho”, referindo-se que o motorista tem total controle do hatch e, com o passar das voltas, vai confiando cada vez mais na máquina e menos na razão.
Com praticamente os mesmos equipamentos e modificações mecânicas do Fiesta (as exceções ficam por conta da suspensão e da tonalidade dos bancos), o Focus Performance é ainda melhor, afinal de contas traz o motor 2.0 Duratec. Com os arranjos, o hatch premium da Ford passou a desenvolver 163 cv.
Mas, por fora, o modelo ganhou pintura laranja inspirada no estilo do Mustang Boss — modelo pilotado por Parnelli Jones quando venceu a SCCA Trans-Am Series (Sport Car Club of America), uma das mais antigas competições automobilísticas dos EUA, em 1970. O visual da carroceria também sofreu influências do Mustang GTR apresentado no SEMA Show 2006. Rodas escuras de 18 polegadas complementam o conjunto.
Mas logo ao assumir o volante, Totti adverte sobre a estabilidade inferior à do Fiesta. “Este aqui corre mais, porém escapa com mais facilidade”. A parte do “escapa” felizmente não foi testada, mas o desempenho sim. Assim como o Fiesta Turbo, o Focus Performance foi equipado com shift light, um sistema que avisa por meio de uma luz a melhor faixa de rotação para realizar as trocas de marchas. Chama a atenção, entretanto, a facilidade que o modelo ganha velocidade.


De acordo com o proprietário da Batistinha Garage, Fernando Baptista, os acessórios e as modificações do Focus e do Fiesta consumiram cerca de R$ 30 mil para cada carro, sendo necessário duas semanas para concluir a preparação.

OBRA-PRIMA
Não é à toa que o Mustang se tornou um ícone na indústria automotiva. O modelo sempre ostentou design esportivo e, principalmente, potência. Mas nenhum outro Mustang traz tantos cavalos como o Shelby GT500 “Cobra” 2007. A supermáquina é equipada com o motor V8 superalimentado 5.4l DOHC, de 32 válvulas, capaz de entregar às rodas traseiras 507 cv a 6.000 rpm e 48,9 kgfm de torque a 4.500 rpm.

Números possíveis em razão da combinação “explosiva” do bloco de ferro fundido com cabeçote de alumínio dotado de válvulas especialmente calibradas, supercharged tipo rosca sem fim e intercooler. Soma-se a estes itens a caixa de câmbio manual de seis marchas que faz o modelo acelerar de 0 a 100 em 4,5 segundos e atingir 300 km/h de velocidade máxima, limitada eletronicamente em 250 km/h.

E, por incrível que pareça, o piloto que estava a bordo do Mustang, Beto Monteiro, foi o que menos falou. Aliás, disse apenas: “esse anda bem, vá com calma”. Talvez o carro dispensasse apresentações, mas pedir para não acelerar um carro destes é demais.
Ao acelerar o esportivo não resta dúvidas: é uma obra-prima. Com seus 4,77 metros de comprimento, 1,88 m de largura e 1.778 kg, o GT500 ignora seu tamanho e peso para ganhar velocidade. E, mesmo em rotações próximas de 7 mil giros, o ronco do motor V8 não incomoda, pelo contrário. Na verdade, assusta. A força que o motorista tem que fazer para pisar no acelerador — sempre “pesado” em veículos muito potentes — também chama atenção.
Na reta da pista de testes da Pirelli, o modelo passou a barreira dos 200 km/h. Só para se ter uma noção, o Focus Performance e o Fiesta Turbo marcaram cerca de 180 km/h e 160 km/h, respectivamente. Mas a velocidade poderia ser ainda maior. Em quarta marcha, Mustang de produção mais potente do mundo passou de 120 milhas/h (193 km/h). Faltou espaço para engatar as outras duas marchas.
Nas curvas, o carro mostra que, mesmo com tanta potência, o conforto e a estabilidade podem ser mantidos. Quem já teve a oportunidade de dirigir um veículo com tração traseira certamente se lembrará da excelente dirigibilidade que isso proporciona, sem falar nas rodas de 18 polegadas.
Para conseguir parar isso tudo e garantir a segurança dos quatro passageiros que o “Cobra” pode levar, o superesportivo traz freios Brembo de 14” de diâmetro e pinças de quatro pistões de alumínio na frente. Na traseira, os discos são de 13” e as pinças são de dois pistões. Há sistema ABS, controle de tração e airbags frontais.
Após três voltas no circuito, logo se percebe que, apesar de ser um superesportivo, o Mustang pode, sim, ser um veículo para ser usar no dia-a-dia. Por falar nisso, no Brasil existem alguns modelos, que não chegam a dez unidades. Como o modelo não é comercializado no Brasil, a única forma de ter um Mustang Shelby GT500 é por meio de importadoras independentes. A supermáquina é comercializada nos Estados Unidos em média por US$ 85 mil. Mas por aqui ficaria na casa dos R$ 600 mil. Alguém se habilita?
carsale
Postado por Igor Viana Marcadores: ,

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